Nomofobia: como reduzir o vício em celular?

Atualizado há mais de 3 semanas

Usar o celular faz parte da vida de muita gente. Na verdade, é bem difícil de achar alguém que não tenha pelo menos um aparelho. É normal, necessário e importante.

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Bom, este texto poderia ser só sobre as vantagens do celular em nossas vidas. Mas, na verdade, a intenção é falar que tudo que é demais, pode gerar problemas. E, nesse caso, a palavra da vez é nomofobia. 

O uso cada vez mais recorrente de celular, seja por mero lazer ou para trabalho, tem se tornado uma dependência digital, em que ficar sem o aparelho atrapalha o humor, a produtividade e a sua vida pessoal.

Talvez você nunca ouviu falar desse nome um tanto quanto estranho, mas a nomofobia é uma realidade. Trata-se de uma patologia moderna. Então, leia o post e entenda mais sobre o assunto. 

O que é a nomofobia?

O termo tem origem do inglês e significa “no mobile phone” mais o termo grego “fobia”. Não precisa do Google Translate para entender que sua tradução livre é “medo de não ter um telefone celular”, não é?

O significado é direto quanto a seu conceito: é uma doença que acomete pessoas que não sabem ficar sem smartphone em seu dia. E mais que isso, adquirem sintomas por simplesmente estar sem o aparelho.

Parece um pouco exagerado dizer que o uso frequente de celular pode causar uma dependência digital, até porque muita gente usa mais o smartphone do que deveria. Mas não é o que pensa algumas instituições de saúde. 

A OMS (Organização Mundial da Saúde), por exemplo, enxerga qualquer dependência, ou adicção, como doença. Talvez não fique claro a gravidade logo de cara, mas quando se fala de sintomas, inclui-se aquelas que desencadeiam a depressão. 

Outro engano que se pode levar quanto À nomofobia é achar que quem sofre dessa patologia moderna são apenas jovens. 

Adultos também estão na área de alcance desse vício. Segundo a pesquisa da Pew Resarch Center, dos Estados Unidos, tanto jovens quanto adultos têm grandes dificuldades de abandonar o smartphone. 

E, claro, ambas as faixas de idade, apresentam as mesmas caraterísticas quando adquirem o vício em celular.

Quais são os sintomas do vício em celular?

A nomofobia é uma doença e tem sintomas, como qualquer outra. O vício em celular pode gerar diversos problemas sérios, afetando sua vida pessoal e profissional. Confira você mesmo os principais sintomas da dependência digital.

Incapacidade de ficar sem celular

Óbvio, né?

Aqui, você mostra impaciência longe do celular e, mesmo que tentando evitá-lo a todo custo, não consegue ficar mais do que dois minutos sem verificar notificação de rede social ou ficar “passeando” pela timeline. 

Mas, não ache que são apenas as redes sociais que causam essa dependência. Verificar e-mails e chamadas perdidas são outros gatilhos para se ficar o tempo todo com o celular por perto. 

Falta de foco

Seja para tarefas profissionais ou domésticas, a falta de foco atrapalha a produtividade. Mas esse sintoma prejudica também a vida pessoal, quando você não consegue manter uma conversa, por exemplo, por sua atenção estar totalmente voltada para a tela. 

Ansiedade

Essa característica pode ser observada também nas últimas duas. É quando você sente muita necessidade de verificar o celular, não importa a hora. A ansiedade é também percebida quando o sinal de internet é ruim e atrapalha o acesso às redes sociais. Nesse cenário, alguns sintomas físicos podem surgir. 

Irritabilidade

Outro sintoma da nomofobia é justamente quando a impossibilidade de se usar o celular acarreta a irritabilidade. Isso acontece porque o uso do smartphone causa bem-estar. Isso não é por acaso, já que algumas atividades podem liberar dopamina em nosso corpo, um hormônio responsável pela sensação

Sem que o cérebro seja incentivado a liberar esse componente, a pessoa fica nervosa, atrapalhando seu convívio pessoal e profissional. 

Sintomas físicos

Até agora, as características que permitem identificar o vício em celular estão mais relacionadas ao comportamento. Mas, não se engane: há aqueles que são físicos. E não são poucos. Olhe como a lista é relativamente grande:

  • falta de ar;
  • taquicardia;
  • sudorese;
  • tontura;
  • dor de cabeça;
  • dores no peito;
  • frequência cardíaca alta;
  • enxaqueca;
  • náuseas;
  • tremores.

Quais são as consequências do vício em celular?

E se você se assustou com alguns sintomas, senta porque as consequências podem te surpreender ainda mais. 

A dependência digital é uma compulsão que vai além do simples fato de ficar o tempo inteiro com o celular na mão. Esse comportamento, que afeta corpo e mente, pode evoluir para problemas mais graves. 

Isolamento

Ainda que pareça mais um sintoma do que uma consequência, o isolamento é um resultado direto da nomofobia. A pessoa com essa doença se isola por si só, mas amigos e familiares podem também se afastar graças à incapacidade de socialização do dependente. 

O indivíduo troca suas referências reais por digitais e, por isso, faz pouco caso da companhia de amigos e da família. Mais do que a proximidade dessas pessoas, a satisfação é ter likes, comentários e views nas redes sociais. 

Insônia

As pessoas com dependência digital têm a necessidade de o tempo todo estar com celular do lado. Inclusive na cama. 

Bom, isso também leva a uma consequência grave que é a insônia, porque a tempo todo, o celular pode te acordar graças a um barulho de notificação recém-recebida.

Outro perigo que causa sérios problemas para o sono são as luzes emitidas pelo aparelho. Chamadas de luz azul, elas conseguem sinalizar para o nosso cérebro que é a hora de acordar, algo próximo que o sol realiza com a gente pela manhã.

Essas luzes azuis retêm a produção de melatonina, hormônio que dá ritmo ao nosso sono. Por isso, usar celular na cama vai além do simples fato de querer estar o tempo todo consumindo informação. Isso atrapalha muito o seu corpo e toda a sua rotina ao longo do dia. 

Produtividade baixa

Lembra da falta de foco? Pois é. Aqui é quando você encontra a consequência mais direta dela. Uma das maiores enganações sobre o uso de celular é no que diz respeito a capacidade de a pessoa ser multitarefa. 

É bem verdade que nosso cérebro não consegue concentrar em duas tarefas simultaneamente. E quando você acha que está otimizando atividades, na verdade, perde tempo e deixa de ser produtivo. 

E mesmo que não seja a intenção ao usar o celular, você acaba por se deparar com vídeo de um influencer que admira ou um texto explicando o que é a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) E lá se vão minutos, ou mesmo horas, passados na tela do smartphone que você poderia produzir.

Depressão

O isolamento, a produtividade baixa e até mesmo a sensação de não ser feliz comparado a maravilhosa vida encontrada nas redes sociais de amigos e famosos podem desencadear a depressão. 

Com consequências tão graves, é preciso ficar atento a alguns cuidados para se prevenir.

Como reduzir o vício em celular?

Nenhum vício é algo que seja realmente fácil de lidar. Não é diferente com a nomofobia. Ainda mais se tratando de um hábito não só comum na sociedade atualmente, quanto também importante para nossas vidas. 

Seja para estreitar relacionamentos  ou para trabalhar, o smartphone é uma ferramenta essencial para toda pessoa. Mas, bom, é preciso ter cuidado e para evitar o vício de celular. 

Afaste-se!

Saiu do trabalho ou já conseguiu falar com aquela pessoa que está longe? Deixe seu celular de lado. De preferência, longe das vistas. Faça isso gradualmente, para se habituar e, de repente, perceberá que aparelho  não é tão importante assim quanto você pensava.

Desapegue das redes sociais

Se você acha que está desenvolvendo a nomofobia, experimente sair das redes sociais quanto antes. Desative o perfil no Instagram e do Facebook e experimente encontrar as pessoalmente aqueles amigos na qual acompanhava virtualmente.

Invista, também, o tempo que você levava nas redes sociais com outros hábitos, como a leitura, as atividades físicas ou até mesmo em um novo job. 

Durma longe do celular

A mania de ter o aparelho na cama na hora de dormir é um fator forte para a nomofobia. Por isso, na hora de se recolher para dormir, coloque-o longe de si. 

“Ah, mas eu o uso de despertador...”

Tudo bem, programe a hora e certifique o som esteja alto para o momento. Quando ele tocar, você levanta e segue vida! 

Aliás, a dica é evitar o celular na hora de dormir e de acordar. Se uma das primeiras tarefas que você realiza no dia é checar as redes, ainda na cama, antes mesmo de se levantar, atenção! 

Tome um café da manhã, um banho, organize seu dia e só então verifique as redes. Certeza que de madrugada nada mudou muito no mundo digital de seus amigos. 

Procure ajuda!

Se você acredita que atingiu níveis sérios da dependência e que sozinho não consegue se livrar da doença, é hora de procurar ajuda. 

Que sejam amigos ou familiares, num primeiro momento. Mas se você acredita que chegou a hora de procurar um profissional, não perca tempo. Procure analistas, terapeutas ou mesmo psicólogos. Não brinque com algo que pode ter consequências tão graves. 

Você conhece alguém com nomofobia ou passou por experiências parecidas? Conte para gente aqui nos comentários como foi lidar com a pessoa ou pelo momento. Assim, quem sabe, outras pessoas podem se inspirar e procurar ajuda para se livrar desse mal?

Rafael Versiani - Escritor, produtor de conteúdos, entusiasta da vida real e amante de ficção científica!

Comentários

    1. Faz sentido, Raul! Mas acho que o nome vem de um termo em inglês, “no mobile-phone-phobia”, usando as sílabas de cada palavra!

  1. Eu não tenho nenhum desses sintomas.
    O meu problema é que passo tanto tempo grudado no celular, que acabo procrastinando nas tarefas domésticas e nos estudos.
    Não sei o que posso fazer para resolver esse problema.

    1. Matheus, sabemos como isso é difícil. Uma dica é separar períodos do dia específicos para o celular, e colocar alarmes. Por exemplo: passe 1 hora estudando, e coloque um timer para marcar 10 minutos livres, em que você pode acessar o celular, que quiser. Nesses casos, a gestão de tempo é sua melhor amiga!

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