3 técnicas de storytelling para você aprender agora e melhorar seus conteúdos

Atualizado há menos de 1 semana

Storytelling é uma técnica usada para desenvolver conteúdos envolventes e que engajam o receptor em uma mensagem. Esse método é usado em diversos tipos de conteúdo. Desde textos para anúncios, construção de sites e até em filmes consagrados mundialmente.

Tudo isso considerando o formato, o tipo de mensagem, o público-alvo e a linguagem de quem transmite a mensagem. Por ser algo tão abrangente, o storytelling tem as suas próprias técnicas que, a depender do propósito do transmissor da mensagem, pode ser a mais adequada.

Confira melhor o que é storytelling e quais são essas técnicas.

O que é storytelling?

Storytelling é uma técnica para contar histórias de forma envolvente e significativa, capaz de conectar pessoas e transmitir mensagens que se conectam com outras pessoas.

Trata-se de uma técnica que utiliza elementos como personagens, enredo, conflito e resolução para construir narrativas que cativam e emocionam o público.

Pode-se imaginar que o storytelling é algo mais relacionado a literatura ou as artes audiovisuais, mas não está só preso a elas, não.

Você pode usar o storytelling em diveras áreas: 

  • No marketing e nas vendas: criando conexões emocionais com os clientes, fortalecendo a marca para aumentar as conversões de uma campanha;
  • Na educação: para fazer com que o aprendizado seja mais interessante e eficaz, de modo que facilite a compreensão e a retenção de informações dos alunos;
  • Na comunicação corporativa: quando sua organização quer transmitir valores, visão e missão da empresa de forma clara e inspiradora, de modo que fortaleça a cultura da empresa;
  • Lideranças: uma forma de motivar equipes, inspirar mudanças e construir um senso de propósito compartilhado.
  • Desenvolvimento pessoal: para refletir sobre experiências, construir narrativas pessoais e promover o autoconhecimento.

Como criar um storytelling?

Basicamente, você cria um storytelling por meio elementos essenciais para o desenvolvimento da mensagem.

São eles:

Personagens

São as figuras com as quais o público se identifica e se importa. Eles podem ser uma personificação de sua audiência ou algo fictício que possa refletir como a mensagem impacta em alguém.

Os personagens existem na mensagem para que o público engaje, identifiquem-se e possam criar conexões, sejam elas das mais diversas possíveis. 

Enredo

Nada mais é do que a sequência de eventos que compõem a história, tradicionalmente com começo, meio e fim.

O enredo pode ser encarado como a espinha dorsal da narrativa, a sequência de eventos que se desenrolam na história.

Ele é responsável por conduzir o público por meio da trama, mantendo-o engajado e curioso sobre o que acontecerá a seguir.

Conflito

É parte do enredo. O conflito é o desafio que o personagem precisa superar, gerando tensão e interesse.

Esse conflito pode ser um dilema, um desafio, algum obstáculo que o personagem encontra para encontrar seu propósito.

Resolução

Basicamente, o desfecho da história. É a parte do enredo que transmite uma mensagem ou lição.

Ele precisa ser lido com emoção e, de maneira lúdica ou não, mostrar como o personagem superou o conflito.

A resolução precisa gerar uma lição, uma forma de inspirar a audiência.

Emoção

A emoção está presente a todo o momento no storytelling. Esse é o elemento que conecta o público à história, gerando conexão e identificação.

Ela pode gerar todo o tipo de sentimento no público: raiva, empatia, alegria, surpresa, tristeza…

Cada uma pode aparecer de uma forma no enredo, de modo que faça a audiência se conectar com a história.

3 técnicas prontas para aplicar + exemplos práticos

Sabendo da estrutura básica – e, dependendo de como você for aplicar, ela pode mudar – é preciso entender sobre as principais técnicas do storytelling.

Essas técnicas podem ser aplicadas em qualquer estratégia e para te ajudar a entender como, confira alguns exemplos de storytelling.

Jornada do herói

É uma das técnicas de storytelling mais básicas e comuns, mas não menos eficazes.

Ela se baseia na jornada de um protagonista que sai de seu mundo comum, enfrenta desafios, supera obstáculos e retorna transformado.

Você pode encontrar essa estrutura em filmes, livros e em campanhas de marketing. Ela tem 12 elementos básicos que ajudam no desenvolvimento:

1. Mundo comum: é o contexto inicial do protagonista. É usado não só para ambientar o público sobre o enredo, mas para começar a envolver o público e criar engajamento;

2. Chamado à aventura: pode-se dizer que é um gatilho para o herói sair de seu status quo, da sua zona de conforto;

3. Recusa do chamado: inicialmente, o herói hesita em aceitar o chamado, por medo ou insegurança. Aqui, é a hora que o público começa a reconhecer o quanto é difícil sair da zona de conforto.

4. Encontro com o mentor: o herói encontra um mentor que o ajuda a se preparar para a jornada. É aqui que o protagonista começa a receber estímulos a sair de sua zona de conforto;

5. Travessia do primeiro limiar: o herói deixa seu mundo comum e entra no mundo da aventura. É como o próprio nome diz, uma travessia ou uma jornada;

6. Provas, aliados e inimigos: o herói enfrenta desafios, encontra aliados e inimigos ao longo do caminho. É aqui que ele começa a entender que tem limitações e que será preciso superação;

7. Aproximação da caverna secreta: pode-se dizer que neste momento o herói se prepara para o desafio final, reunindo forças e recursos. É aqui que ele confronta seus medos iniciais;

8. Provação suprema: o herói enfrenta o maior desafio da jornada, que pode ser uma batalha física ou emocional. Nesse momento, é apresentada uma mudança drástica no protagonista;

9. Recompensa: o personagem supera o desafio e conquista a algo, que pode ser um objeto, conhecimento ou reconhecimento;

10. Caminho de volta: o herói inicia a jornada de volta para casa, enfrentando novos desafios no caminho;

11. Ressurreição: o herói enfrenta um último desafio, que o transforma completamente;

12. Retorno com o Elixir: o personagem central retorna ao mundo comum, trazendo consigo a recompensa e a sabedoria adquirida na jornada, completamente transformado e com lições a passar.

Exemplo de jornada do herói

No marketing não é raro encontrar exemplos de campanhas que utilizam a jornada do herói. Uma das mais famosas é a da Nike, com a sua emblemática “just do it”.

As campanhas desse tema normalmente têm um fio condutor bem claro. É possível identificar cada um dos alicerces da jornada do herói:

  • No mundo comum, o público-alvo da Nike são pessoas que desejam superar seus limites e alcançar seus objetivos, mas muitas vezes se sentem inseguras ou desmotivadas;
  • Chamado à aventura: normalmente, essa parte surge com um incentivo às pessoas para saírem de sua zona de conforto e enfrentarem seus desafios;
  • Recusa do chamado: nas campanhas, pode-se observar que pessoas hesitam em começar a praticar esportes ou a buscar seus objetivos, por medo do fracasso ou da dificuldade;
  • Encontro com o mentor: a própria Nike se posiciona como mentora, oferecendo produtos, serviços e inspiração para ajudar as pessoas a superarem seus obstáculos.
  • Travessia do primeiro limiar: as pessoas decidem começar a praticar esportes, a se exercitar ou a buscar seus objetivos, dando o primeiro passo na jornada;
  • Provas, aliados e inimigos: nas campanhas da Nike, os heróis enfrentam desafios como a falta de tempo, a dificuldade de manter a disciplina ou a pressão social, mas também encontram aliados na comunidade de atletas e na própria marca;
  • Aproximação da caverna secreta: as pessoas se preparam para o desafio final, que pode ser uma competição, um objetivo pessoal ou a superação de um limite;
  • Provação suprema: as pessoas enfrentam o desafio final, superando seus medos e inseguranças;
  • Recompensa: as pessoas alcançam seus objetivos, sentindo-se mais confiantes, realizadas e satisfeitas;
  • Caminho de volta: nesse momento, as pessoas compartilham suas histórias de sucesso, inspirando outras pessoas a iniciarem suas próprias jornadas;
  • Ressurreição: há uma continuidade para buscar novos desafios e a superar seus limites, transformando-se em versões melhores de si mesmas;
  • Retorno com o Elixir: as pessoas incorporam o espírito "Just Do It" em suas vidas, inspirando outras pessoas a fazerem o mesmo.

A montanha

Já a técnica da montanha é uma estrutura que pode ser resumida em uma crescente de tensão, atingimento do clímax e a decrescente até a resolução.

Estruturando melhor:

  • Exposição: é o início da história, normalmente uma introdução calma, apresentando os personagens, o cenário e o conflito inicial;
  • Ação crescente: a tensão começa a aumentar gradualmente, com os personagens enfrentando desafios e obstáculos cada vez maiores;
  • Clímax: a tensão atinge o pico, com o confronto final entre os personagens ou a resolução do conflito principal;
  • Ação decrescente: a tensão começa a diminuir gradualmente, com os personagens lidando com as consequências do clímax;
  • Resolução: a história chega a um final satisfatório, com o conflito resolvido e os personagens transformados.

Exemplo de estrutura em montanha

É muito usado em campanhas de superação ou que instiga mistério. Você pode ver uma estrutura dessa em filmes, em que o personagem tem uma ascensão, atinge um ápice e depois decai, seja para o bem ou para o mal.

Mas é comum vê-la em lançamentos de produtos. Nesse caso, a estratégia é:

  • Gerar uma ação crescente, em que se gera uma curiosidade;
  • Apresentar o produto, no clímax;
  • E mostrar como o produto atua em sua vida, com a resolução de problemas.

In media Res

Você já viu algum filme, série ou leu um livro em que a história começa com algo já acontecendo. Como se, por algum motivo, ela começasse pelo meio?

Essa é a lógica da estrutura in media res. Ela é uma técnica de storytelling em que o público já se depara com o clímax da história.

A grande vantagem dessa estrutura é justamente prender o público para saber como essa situação chegou naquele estado.

Por isso mesmo, ela precisa de três pilares básicos:

Início abrupto: a narrativa começa com uma cena de alta intensidade seja um conflito ou ação;

Exposição retrospectiva: após o início dramático, a história pode voltar no tempo para explicar os eventos que levaram ao ponto de partida;

Resolução: é o desfecho da história, que pode ser o ponto de partida ou após ele.

Exemplo de In media res

Para ilustrar essa estrutura, pode-se pegar o primeiro episódio da série Breaking Bad: a cena inicial mostra todo o cenário desértico onde a história se passa, com o protagonista dirigindo um veículo apenas de cueca.

Depois disso, o espectador vê o personagem principal, Walter White, vestindo uma camisa até chegar à cena dele apontando uma arma para a estrada com sirenes de polícia ao redor.

Esse clima de tensão prende o espectador para o restante do episódio piloto, que, até que de uma maneira tradicional, é levado para a explicação do que aconteceu lá no início.

Como incorporar o storytelling nas suas estratégias?

Depois de conhecer esses três exemplos de estruturas de storytelling, é a hora de saber como colocá-las em prática em sua estratégia de vendas.

Esse passo a passo ajudará. Confira.

1.      Faça um mapa mental e descubra quais mensagens transmitir

Foque em criar conexão e empatia com o público-alvo. Por isso, o ideal é que o discurso de venda não tenha lugar na história.

O importante é demonstrar que a empresa e o potencial cliente têm algo em comum, se entendem e têm os mesmos valores.

Para isso, um mapa mental para identificar todas as mensagens a serem transmitidas para o público-alvo pode ajudar.

Coloque em um papel:

  • quais foram as motivações para abrir o seu negócio;
  • os desafios enfrentados;
  • as ferramentas que você utilizou para enfrentá-los;
  • como os produtos ou serviços oferecidos por você podem impactar positivamente seus clientes.

Quanto mais respostas forem dadas para cada um desses questionamentos, melhor. Ou seja, ao fazer um mapa mental ou anotações sequenciais, extrapole ao máximo os níveis de resposta.

Por exemplo:

Um e-commerce de pet shop tem como objetivo inicial vender peças confortáveis para cachorros. Mas por quê?

Porque gostam de animais e sabem que algumas roupas causam desconforto e até doenças nos cachorros. Mas qual é a motivação para buscar isso?

O fato de saberem que pessoas que gostam de seus animais também se importam com seu bem-estar e alegria. Mas por que satisfazê-las?

Porque sabem que as pessoas que amam animais cuidam deles como se fossem filhos e estão dispostas a pagar pelo melhor para eles.

Dessa maneira, uma das mensagens que o pet shop virtual descobriria que poderia ser explorada em seus storytellings é a importância que a alegria e o bem-estar dos bichanos têm para o negócio.

Além de demonstrar seu amor incondicional pelos animais — assim como os donos de cachorros, gatos e outros bichinhos.

A sequência de questionamentos pode seguir infinitamente e deve ser aplicada a todos os pontos que foram colocados no papel, ou seja, motivações, desafios, ferramentas e impacto causado.

2.      Transmita sua mensagem por meio de uma história

Com as mensagens bem determinadas, é mais fácil criar uma história para contextualizá-las, e é aqui que entra a estrutura básica da narrativa: o início, o meio e o fim da redação.

Como você leu, uma das estruturas mais conhecidas do storytelling é a jornada do herói. É impossível não a mencionar, pois, de fato, é muito eficiente e causa empatia. Mas não é a única linha a ser seguida. De forma geral, a história precisa ter uma motivação, um conflito, uma virada e um clímax.

Voltando ao e-commerce de pet shop, se a mensagem é falar sobre a importância do bem-estar dos animais na visão do negócio, a história poderia começar com a motivação da jornada: a frequente reclamação de clientes sobre problemas de pele em seus cachorros — que usavam tecidos de baixa qualidade.

Com as mesmas preocupações, os responsáveis pelo pet shop indicaram o início de sua jornada com a busca por melhores fornecedores de roupas para cachorros.

A chegada do conflito poderia ser feita com a constatação da inexistência de produtos com as especificações que os animais merecem, e a virada ficaria por conta da decisão de produzir os itens por conta própria, com carinho, qualidade, conforto e muito estilo.

Por fim, o clímax poderia ser alcançado com a satisfação dos clientes e seus animais mais confortáveis, felizes e estilosos em suas novas roupas produzidas pelo pet shop.

3.      Gere identificação por meio da emoção

A estrutura apresentada no tópico anterior é simples e contextualiza a mensagem sem oferecer diretamente os produtos, certo?

Apesar de apontar que a preocupação com o bem-estar dos animais é a motivação do pet shop, para ter um storytelling eficiente e gerar identificação e empatia com os leitores, é preciso colocar mais algumas camadas de emoção.

Algumas estratégias podem ajudar nesse sentido, como escolher a linguagem e o vocabulário mais próximo do perfil do leitor, inserir elementos que fazem parte de seu cotidiano e estilo de vida e descrever sensações por meio de um relato mais humanizado.

Isso significa colocar elementos na história que tornam o protagonista mais humano, com dúvidas, temores, alegrias e demais sensações típicas, em vez de criar um enredo retilíneo, previsível e perfeito demais.

4.      Transforme seu leitor no protagonista

E por falar em protagonista, é preciso dar a ele as características que se assemelham ao leitor. Amantes de animais, empreendedores no Brasil, profissionais mudando de carreira, esportistas, universitários e etc.

Esses são perfis que podem ser trabalhados no protagonista do storytelling e que aproxima a empresa de seus leitores. Para encontrá-los, basta entender quem é a persona do negócio.

Como já foi mencionado, o protagonista precisa ter emoções e dúvidas comuns do perfil do público-alvo da empresa. Pode viver conflitos internos, inseguranças e todas as outras sensações que o tirem de uma zona de conforto e o façam progredir no sentido da solução.

Ele será a ferramenta principal para conduzir o leitor do início até o fim da história e mesmo que evolua e mude de atitude durante esse processo, precisa ter uma essência que crie empatia e identificação durante todo o enredo.

5.      Controle a cadência da história

Conhecer a estrutura, a mensagem, quem são os leitores e o perfil do protagonista garante que os elementos do conteúdo estejam todos presentes em seu contexto. Mas, para que ele seja surpreendente, é preciso fazer o uso da liberdade de criação.

Uma história que empolga precisa ser diferenciada, ter uma cadência que vai prendendo a atenção do leitor cada vez mais e, no fim, surpreender. Isso exige um equilíbrio entre as partes, mas sem padrões que bloqueiam a criatividade.

Por isso, não hesite em incluir surpresas no enredo. Quebre a história, fale diretamente com o leitor, use humor ou apele para o lado frágil e emocional do contexto, mas inove sempre.

Com essas orientações e técnicas de storytelling, é possível criar boas histórias que conectam a empresa aos seus clientes e tornam o público mais empático e engajado. Isso garante que a mensagem possa não somente ser compreendida por eles, mas, também, compartilhada.

E não é dessa maneira, afinal de contas, que o conhecimento se perpetua na humanidade? Por que não usar esse canal para divulgar a empresa e seus diferenciais no mercado?

Quer mais algumas dicas e insights para colocar essas técnicas de storytelling em prática? Confira esse conteúdo com 12 dicas de copywriting!

Jornalista, escritora e pós-graduada em Comunicação Digital e Mídias Sociais.

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