Acompanhe o nosso guia e descubra como funciona cada um dos tipos de contingência: EPEC, FS-DA, SVC, Offline. Tire suas dúvidas!
A Contingência é um mecanismo alternativo de emissão de nota quando, por algum motivo, o documento fiscal eletrônico não consegue autorização na SEFAZ, uma das razões mais comuns, por exemplo, é a perda de conexão com a internet.
E, caso isso ocorra, para que o contribuinte não fique sem emitir o documento fiscal, o sistema emite o documento fiscal eletrônico em Contingência. Quando a internet voltar, o sistema enviará automaticamente a nota para autorização.
Neste post, vamos entender quais são os tipos de contingência disponíveis atualmente, em quais situações devemos utilizá-las e qual a melhor para cada situação e documento. Acompanhe!
Como funciona a emissão em contingência?
É importante dizer que o documento emitido em contingência tem o mesmo valor fiscal para o consumidor que o emitido no processo padrão. Existem 4 tipos de contingências, veja:
- Formulário de Segurança (FS-DA);
- Contingência EPEC;
- Contingência SVC;
- Contingência Offline.
Cada documento permite a emissão em um tipo de contingência, observe:
- Para o módulo CT-e: são permitidas as contingências SVC e EPEC;
- Para o módulo NF-e: são permitidas as contingências SVC, EPEC e FS-DA;
- Para o módulo NFC-e: são permitidas as contingências Offline e EPEC;
- Para o módulo MDF-e: é permitida somente a contingência Offline.
No entanto, após definir o módulo e o tipo de contingência, o modo de emissão possui alguns critérios que devem ser adaptados, entenda:
- O Tipo de Emissão deve ser modificado indicando a modalidade escolhida. Para a “emissão normal”, o Tipo de Emissão é igual a 1. Mas, no caso de contingência, este valor/campo deve ser alterado, assumindo o valor específico para o tipo escolhido.
- Deve ser incluída uma Justificativa para entrada em contingência.
- Deve ser incluída a Data e Hora da entrada em contingência.
Quais as diferenças entre a emissão normal e o processo de contingência:
A emissão normal de uma nota ocorre quando o contribuinte consegue transmitir a nota para a Sefaz e o órgão autoriza sem problemas o documento (hipótese em que todas as informações estejam corretas).
Porém, quando há problemas na conexão com a internet ou a o site da Sefaz está passando por alguma adaptação, e permanece inoperante/instável, a saída é emitir essas notas em modo de contingência.
Dentro do processo padrão, o fluxo da emissão ocorre da seguinte forma:
- O contribuinte gera a nota;
- É transmitido o documento para a Sefaz autorizadora;
- O Danfe é impresso (se a nota é autorizada).
A nota NÃO pode ser emitida em contingência caso tenha sido recebida na Sefaz de origem! Isso ocorre pois não se pode processar o mesmo documento fiscal mais de uma vez.
Portanto, outro número deve ser gerado para que número e série da nota não sejam autorizados em mais de um ambiente.
Como o processo de emissão em contingência funciona em cada evento?
Para que você possa compreender melhor cada uma das situações, dividimos as 4 possibilidades em tópicos distintos. Acompanhe:
Contingência Formulário de Segurança (FS-DA)
O Formulário de Segurança é a única maneira que uma NF-e pode ser emitida sem conexão com a internet.
E, para isso, é necessário cumprir com alguns quesitos:
- Emitir o documento em duas vias de papel-moeda;
- Relatar uma ocorrência em um livro feito para isso e;
- Quando o problema for resolvido, é necessário transmitir a nota para a Sefaz.
Para este caso, o Tipo de Emissão da nota deve assumir o valor 5, que representa a indicação que serão impressos em FS-DA.
Quais as vantagens e desvantagens do evento FS-DA?
A principal característica desse evento é a utilização de papel de segurança diferenciado para impressão dos Documentos Auxiliares da notas, que precisam conter a estampa fiscal na página.
Para além disso, o documento Auxiliar impresso em FS-DA deve ser impresso em duas vias, sendo:
- uma para guarda do destinatário;
- e outra para guarda do emitente, durante o prazo previsto em lei.
Observação: No corpo do documento deve estar presente a expressão “DANFE em Contingência – impresso em decorrência de problemas técnicos”.
Quando falamos em vantagens e desvantagens desse evento, podemos destacar:
Vantagens:
- Facilidade;
- Independe de infraestrutura de emissão;
- Pode ser usada em qualquer caso de falha de comunicação com a Sefaz;
- Não exige nenhuma comunicação com a Sefaz durante a emissão do documento fiscal.
Desvantagens:
- Diversos requisitos para a impressão da folha (dimensões, marca d’água, localização da estampa, etc);
- Necessidade de adquirir o formulário de segurança com fornecedores autorizados;
- Valor do papel especial.
Vale lembrar que este evento também exigirá mais ações para que o fluxo normal de emissão seja restabelecido, ou seja, será preciso transmitir as notas emitidas em contingência para a Sefaz após restabelecer a comunicação com esta.
Contingência EPEC (Evento Prévio de Emissão em Contingência)
A Contingência EPEC funciona de modo a efetuar a solicitação do contribuinte para que seja feito o registro da nota antes da emissão do documento.
E, para que essa ação ocorra, é preciso que seja enviado para o Ambiente Nacional esse registro, por meio de um webservice, uma nota com as informações básicas da venda.
Acontece que, para que esse processo seja realizado, é necessário que o evento EPEC contenha as seguintes informações:
- Código da Unidade Federativa da SEFAZ Nacional (campo cOrgao);
- Identificador do emitente (campo CNPJ ou CPF);
- Chave de acesso da NF-e a ser emitida em contingência (campo chNFe);
- Data e hora de emissão do evento (campo dhEvento);
- Tipo do Evento (campo tpEvento). Para EPEC, o valor é 110140;
- Número de sequência do evento (campo nSeqEvento). Como é permitido apenas um único EPEC por NF-e, o valor da sequência sempre será 1;
- Versão do evento (campo verEvento). A versão atual é 1.00;
- Descrição do Evento (campo descEvento). Para EPEC é o literal “EPEC”;
- Código da Unidade Federativa do Autor do evento (campo cOrgaoAutor);
- Tipo do Autor (campo tpAutor). Para EPEC, apenas é aceito o valor 1 – Emitente;
- Versão do Aplicativo do Autor do evento (campo verAplic);
- Data e hora de emissão da NF-e (campo dhEmi);
- Tipo do Documento Fiscal (campo tpNF). Caso seja um documento de entrada,0, se for de saída, 1;
- Inscrição Estadual do emitente (campo IE);
- Informações sobre o destinatário da NF-e:
- Sigla da Unidade Federativa do destinatário (campo UF);
- Identificador do destinatário (campo CNPJ, CPF ou idEstrangeiro, em caso de comprador estrangeiro);
- Inscrição Estadual do destinatário, caso possuir (campo IE);
- Valor total da NF-e (campo vNF);
- Valor total do ICMS (campo vICMS);
- Valor total do ICMS de Substituição Tributária (campo vST).
Para este tipo de evento, o Tipo de Emissão das notas assume o valor 4, indicando que serão impressos em EPEC.
Quais as vantagens e desvantagens do evento EPEC?
Já falando sobre as vantagens e desvantagens desse evento, podemos destacar:
Vantagens:
- Baixo custo; e
- Possibilidade da impressão do Danfe seja impresso em papel comum.
Desvantagens:
- Necessário conciliar o EPEC dentro de 30 dias;
- Necessidade de homologação EPEC.
Vale lembrar que este evento também exigirá mais ações para que o fluxo normal de emissão seja restabelecido, ou seja, será preciso transmitir as notas emitidas em contingência para a Sefaz após restabelecer a comunicação com esta.
Contingência SVC (Sefaz Virtual de Contingência)
A Contingência SVC é bem parecida com a Contingência EPEC, e o Danfe também pode ser impresso em papel comum.
A grande diferença entre ambas é que a nota é enviada para uma Sefaz Virtual de Contingência e não precisa ser transmitida para a estadual após a autorização.
Para que seja possível usar a SVC, será preciso que a Sefaz de origem tenha ativado este módulo, ou seja, trata-se de um módulo que só pode ser usado quando há problemas técnicos na SEFAZ do estado do contribuinte.
Sobre os tipos de emissão, é preciso ter atenção a este ponto, pois existem dois tipos de emissão e, para cada um deles, há valores diferentes, veja:
- Deve-se assumir o Tipo de Emissão com valor 6, quando as notas forem impressas em SVC-AN (Ambiente Nacional);
- Deve-se assumir o Tipo de Emissão com valor 7, quando as notas forem impressas em SVC-RS (Rio Grande do Sul).
Quais as vantagens e desvantagens do evento SVC?
Falando sobre as vantagens e desvantagens desse evento, temos:
Vantagens:
- Processo intuitivo e robusto, pois utiliza o mesmo processo na “emissão normal”, modificando apenas as URLs dos webservices para realização da transmissão e recepção dos dados.
Desvantagens:
- Só funciona quando a Sefaz Autorizadora ativa a Sefaz Virtual de Contingência, não sendo possível a sua utilização quando há uma intermitência por parte do contribuinte ou da própria Sefaz.
Contingência Offline
Por fim, temos a Contingência Offline. Esse modelo de contingência é comumente utilizado na NFC-e e MDF-e.
Trata-se de um meio que permite que o emissor realize a emissão desses documentos, mesmo estando totalmente sem comunicação com a internet.
Para NFC-e, alguns estados podem não permitir a emissão de forma offline, como é o caso de São Paulo.
Por lá, somente a contingência EPEC é aceita para NFC-e, ou então, a emissão via SAT.
Na contingência offline, sempre que for identificada qualquer falha de comunicação, o ERP pode automaticamente gerar suas NFC-es.
Posteriormente, ao retornar a comunicação, esses documentos emitidos de forma offline precisam ser sincronizados em até 24 horas (um dia), a contar da data de autorização do documento no modo offline.
Contribuintes que emitem o documento fiscal, especialmente a NFCe, só devem utilizar o modo de contingência quando houver problemas técnicos ou operacionais, de modo que a comunicação com a SEFAZ esteja mesmo obstruída.
É preciso ressaltar que devido a algumas facilidades do processo, alguns contribuintes acabam optando por emitir dessa maneira o tempo todo, mas isso significa uso indevido do programa emissor.
O uso do modo de contingência de maneira indiscriminada pode levar a multas e outras penalidades, dependendo da Sefaz de origem do contribuinte.
Quais as vantagens e desvantagens da contingência offline?
Quando o assunto são as vantagens e desvantagens, podemos assumir que:
Vantagens:
- Pode ser ativada a qualquer momento — sem a necessidade de autorização da Sefaz, procedimento que deve ser realizado com cautela, do contrário, a situação pode acarretar problemas como multas e outras penalidades para a empresa.
Desvantagens:
- Mais burocrático;
- maior demanda de tempo;
- É indispensável contar com um software automatizado, como um ERP.
Quando usar cada evento para NF-e?
Essa talvez seja a pergunta de ouro! Isso pois, de acordo com cada indisponibilidade da Sefaz, há um tipo de contingência que atenderá melhor a emissão.
Diante desse panorama, montamos um quadro com algumas orientações a respeito de qual evento usar em cada caso, observe:
“Sefaz intermitente” significa que ela não está totalmente indisponível e continua recebendo e processando alguns lotes. Supõe-se que a SVC não está ativada neste caso.
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| FS-DA | SVC | ||
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Sefaz Autorizadora fora do ar | Atende | Atende | Atende | ||
Sefaz Autorizadora intermitente | Atende | Atende | Não atende | ||
Sefaz Autorizadora e Sefaz Nacional fora do ar | Não atende | Atende | Atende | ||
Sefaz Autorizadora e Sefaz Virtual de Contingência correspondente fora do ar | Atende | Atende | Não atende | ||
Contribuinte sem internet | Não atende | Atende | Não atende |
Como preparar seu ERP para emissão em contingência?
Usuários que emitem alto volume de notas podem enfrentar dificuldades na hora de emitir o documento fiscal em modo de contingência. Afinal, emitir nota por nota em papel-moeda pode ser trabalhoso e alterar o tipo de emissão manualmente aumenta (e muito) o trabalho na hora da emissão. Por isso, se você quer evitar dor de cabeça com tantos processos burocráticos e complicados, aposte em uma gestão eficiente, contando com ferramentas de automatização para tornar as tarefas mais rápidas e práticas. |