Endividamento: o que é e como lidar na empresa

Atualizado há mais de 3 semanas

O que fazer para que a sua empresa cresça? Certamente, essa pergunta já pairou em sua mente em algum momento de sua vida. As respostas passaram por vários aspectos, e um deles, provavelmente, foi evitar o endividamento. 

Um empreendimento só cresce com capital de giro possível para investir. E não há capital realmente rentável quando se há um endividamento empresarial muito grande. 

E existem vários aspectos a serem considerados quando se lida com o assunto, e todos passam pela vida financeira saudável de seu negócio sem grandes inadimplências

Você terá a ajuda deste texto para entender melhor o assunto. E mais, saber como você pode evitá-lo!

Endividamento: o que é?

O termo é conhecido, e parece desnecessário explicar, mas não é bem assim. Uma pessoa que não está no meio, ou que começou a empreender agora, pode acreditar que é o acúmulo de dívidas que impossibilita o crescimento de uma empresa.

Não está de todo errado, mas de modo geral, o termo refere-se a empresa que se sustenta por meio de empréstimos que, a longo ou médio prazo, comprometem severamente o seu capital de giro.

Imaginar que o assunto seja “privilégio de grandes empresas” e que o pequeno e microempreendedor não devem se preocupar, é um engano grande. 

Segundo a Seresa Experian, no Brasil, são 5,3 milhões de pequenas e micro empresas com dívidas — maior nível desde 2016, quando a empresa começou a medir esse índice. Por isso, seja qual for o porte de seu negócio, é extremamente necessário saber tudo sobre o assunto, como lidar com ele e como evitá-lo. 

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Causas do endividamento

Ter a empresa dependente de empréstimos para sobreviver é péssimo. Para não dizer fatal. Um empreendimento chega a esse ponto quando não se há um entendimento financeiro real, pois algumas questões são fundamentais, como:

  • falta de conhecimento do custo de uma produção;
  • má gestão de estoque e uso indevido de matérias-primas;
  • horas extras demasiadas;
  • falta de análises sistemáticas de processos, operações e dados;
  • erro na margem de lucro;
  • atraso em pagamento de dívidas — claro!

Resumidamente, o endividamento empresarial se deve à falta de conhecimento dos números da empresa. E, claro, de falhas na gestão financeira

Consequências uma empresa endividada

É bom entender que o endividamento faz parte da vida de um empresário. É quase impossível não ter que recorrer a empréstimos para conseguir captar mais recursos. O problema está no excesso. É o excesso que pode fazer com que você e a sua empresa fiquem no vermelho por muito tempo.

Ter o nome vinculado a empresas de proteção de crédito é ruim para pessoas físicas e jurídicas. Ter o seu CNPJ em uma “lista negra” faz você perder credibilidade com investidores, clientes e fornecedores.

Aliás, com esses últimos, a sua empresa terá dificuldade em negociar preços, prazos de pagamentos e parcerias. Em alguns casos, os serviços são negados. Pagar em cheque, abrir contas e outras atividades que se resolvem com bancos serão seriamente comprometidas. Realizar compras a prazo também será um problema.

O endividamento bom

Sim, ter dívida é um bom sinal. É claro que dentro de uma determinada possibilidade e de um cenário vantajoso. A dívida bem planejada e que é feita para se investir é bem-vinda! Ela é, geralmente, para aprimorar recursos e investir em tecnologia e que reduzem custos

Todas elas bem pensadas, calculadas e farão bem, por fim, ao seu fluxo de caixa, pois o retorno dessa dívida cobre o seu valor. O “endividamento do bem” não ocorre para “tampar buracos” que foram gerados por uma má gestão, como, por exemplo, pagamentos de salários.

É claro que, por mais benéfico que seja o endividamento, ele deve ser feito com planejamento e muito cuidado. E, sobretudo, saber em que ponto ele pode se tornar um problema. 

Você sabe disso fazendo o cálculo de índice de endividamentos. 

Como calcular o índice de endividamento?

O tema é diretamente relacionado à política praticada por sua empresa, seja financeiramente falando ou economicamente. 

Como assim?

Se as decisões que você toma para se endividar estão relacionadas à má gestão, a longo prazo seus indicadores serão ruins. O índice deve apresentar a evolução das dívidas e mostrar o quanto a empresa necessita das dívidas para sobreviver. É o chamado Índice de Endividamento Geral (EG). 

Para calculá-lo, você precisa:

  • tomar como base os Ativos, ou seja, os valores que você tem como bens e direitos em sua organização;
  • ter também os Passivos, o conjunto que a sua empresa tem como obrigação de pagar. 
  • saber que Curto Prazo é o período corrente (o ano) e o Longo Prazo são os anos seguintes.

Com os Passivos de Curto e Longo Prazo, você tem o Capital de Terceiros. Você dividirá esse valor pelo total de Ativos. Para achar o valor em %, multiplica-se por 100. 

Ilustrando: uma empresa de cursos online possui um ativo total de R$ 1.000,00, passivos de longo prazo de R$ 150 e de curto prazo R$ 100. 

O cálculo portanto será:

((150+100) / 1000) x 100 = 25%.

Obviamente, quanto menor esse índice, melhor para o seu negócio. Assim, você descobrirá se a sua dívida é realmente boa ou se ela já compromete sua vida financeira. 

E como reduzir as dívidas?

Bom, se você chegou à conclusão de que é preciso diminuir o seu endividamento ou acredita que é bom saber como reduzir, tenha em mãos algumas dicas valiosas. 

Planeje-se

Para ter um planejamento estratégico, é preciso se pensar em orçamento e finanças. Ou seja, gastar apenas o que realmente é necessário e planejado. Isso requer um controle fiscal forte e que siga à risca tudo aquilo que entra e sai de sua empresa.

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Saber o porquê de determinado investimento, qual o fruto que ele dará e quando será possível realizar um novo. Portanto, saiba quando e onde cada recurso será investido, prevendo as melhores datas para liquidar a dívida. 

Acompanhe frequentemente o seu fluxo de caixa

O fluxo de caixa é o principal recurso financeiro de uma empresa. É ele quem dita quando e como se dá para realizar novos investimentos. É preciso, portanto, saber como anda o seu caixa, se os investimentos estão dando retorno e se há dinheiro para se contrair uma dívida.

Evite mais e mais empréstimos

Aqui passa muito por você se planejar estrategicamente. Tenha em mente que o endividamento é como uma bola de neve: quanto mais você buscar recursos externos, maior será a sua dívida. 

Entenda o motivo das dívidas

O que está gerando uma dívida alta para a sua empresa? Mapear os motivos que o levam a contrair dívidas pode ser o melhor caminho para evitá-las. Essas causas podem ser os empréstimos sem retorno de capital, estoques mal gerido ou produção obsoleta, por exemplo.

Reduza custos

Conhecer a sua empresa é primordial — como você já leu ao longo deste texto. Por isso, mapeando bem os seus processos, fica mais fácil identificar se a redução de custos seja a solução mais viável. 

Mas antes, veja se é possível remanejar alguns recursos. Pode ser uma solução mais eficiente antes de cortar despesas ou demitir funcionários. 

Renegocie

Se nenhuma dessas dicas for uma solução viável, vá até os seus credores e negocie as suas dívidas. Ter taxas de parcelamento menores e melhores condições de pagamentos são sempre opções viáveis. O que não vale, claro, é pegar mais empréstimos para cobrir esse endividamento. 

Tenha um contador parceiro

O contador é o profissional que tem o conhecimento ideal para ajudar você a fugir do endividamento, sem sonegar impostos e outras práticas ilegais. Por isso, encontre o parceiro ideal para o seu negócio. 

Pode ser válido contratar uma consultoria contábil para rever os seus processos fiscais e financeiros. 

Concluindo...

O tema é complexo, o que não significa que você deve ignorá-lo. O endividamento empresarial é o principal motivo de embarreirar o crescimento de empreendimentos e até mesmo de levá-los à falência. 

E para você ficar inteirado sobre esse assunto e outros que podem ser extremamente relevantes à sua vida de empreendedor, continue com a gente por aqui

Rafael Versiani - Escritor, produtor de conteúdos, entusiasta da vida real e amante de ficção científica!

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